Sexta Sultans – Discussão de Campeão: Ezreal
“Eu não sou exibido, só sou bom mesmo”
Essa semana, o artigo que trazemos para vocês faz parte de um quadro diferente. Não faremos um guia de um deck, mas uma discussão sobre como utilizar um campeão tão peculiar no jogo como é o Ezreal. Também estamos trazendo duas listas exemplificativas com ele para ilustrar a sua função.
O Ezreal sofreu rework há 2 semanas, no patch 1.14. Dado as flutuações no meta e a complexidade do campeão, resolvemos trazer um artigo sobre ele somente agora devido à sua melhor estabilização no jogo.
Anteriormente, este campeão era utilizado para o arquétipo de combo, representando um grande finalizador. Ele exigia 10 alvos durante o jogo para evoluir, o que só acontecia nos turnos mais avançados, então seus baralhos utilizavam muitos feitiços para controlar o campo do oponente. Sendo assim, garantia a sobrevivência enquanto progredia a evolução do campeão e buscava por mais feitiços para encerrar o jogo.
Nesse plano de jogo, o Ezreal era o finalizador do baralho, então tinha-se que assegurar a sobrevivência dele até o combo estar pronto (mantendo-o na mão, revivendo com O Reacendedor, etc.). Somando ele com feitiços súbitos, era possível realizar o infame letal não-interativo do Legends of Runeterra.
“Se piscar, me perde de vista”
Vamos analisar a mudança ocorrida no campeão:
Agora, os 2 de dano são causados somente para feitiços que tem como alvo unidades adversárias. Os outros feitiços causam apenas 1 de dano ao nexus. Além disso, o número de alvos necessários para a evolução reduziu de 10 para 6.
A redução de 1 no dano dos feitiços que não alvejam adversários é mais impactante do que aparenta, à primeira vista. Quando os tokens súbitos como Revolução do Machado e Nuvem de Cogumelos
, ou até mesmo cartas como Gambiarra
e Remexida
causam somente 1 de dano ao nexus em troca de recursos, elas se tornam muito menos interessantes. Assim, o combo de letal não-interativo é extremamente difícil de ser realizado, pois o dano total do combo foi reduzido pela metade.
Por outro lado, a redução de 10 alvos para 6 representou um grande fortalecimento no campeão. Ele evolui mais cedo, possibilitando o uso de sua habilidade já nos turnos 6 e 7. Apesar dos 4 de vida, o Ez ainda é uma unidade vulnerável à remoção, e, caso o seu plano de jogo dependa inteiramente dele, o seu oponente provavelmente conseguirá frustrá-lo. Para o arquétipo combo, como geralmente não se tem mana suficiente para matar o oponente do 20 ao 0 de uma vez antes do turno 10, a mudança na evolução não é muito relevante.
Portanto, há uma mudança significativa no papel que o campeão exerce nos decks. Anteriormente, ele era um finalizador. Agora, ele representa uma ameaça de meio de jogo, causando um dano considerável no nexus que não pode ser ignorado.
“Eu sou tão bom que eu nem acredito”
A palavra-chave “elusivo” facilita causar dano direto ao nexus. Golpear o nexus, então, cria um Disparo Místico na mão, que geralmente é utilizado para remover uma unidade e ajudar na evolução do campeão. Assim, no meio de jogo, o Ezreal
é utilizado para começar a causar chip damage (dano pouco-a-pouco) no Nexus adversário e estabilizar o campo.
Uma vez evoluído, a ameaça ao Nexus se torna muito maior. Todas as remoções passam a causar 2 de dano direto, possibilitando que essas cartas removam a pressão de si enquanto a exercem sobre o adversário. Além disso, em todo ataque ele cria uma carta. Dessa forma, o campeão se torna uma ameaça muito forte que precisa ser removida. Os 4 pontos de vida ajudam bastante nesse quesito, por demandarem um investimento do adversário para a remoção do campeão. Sendo maior do que 3 de mana, isso resulta em uma troca favorável.

O Ezreal não é mais a condição de vitória principal do baralho, mas uma forma de exercer pressão que exige resposta. Com isso, é possível colocar outras ameaças no baralho, como o Swain. Assim, o oponente precisa decidir quais das ameaças irá responder, enquanto a outra finaliza o jogo.
Uma carta de suporte que merece destaque é o Choque de Statikk. Comprar uma carta te permite manter a mão mais cheia e os dois alvos são uma forma ótima de evoluir o campeão agressivamente. São necessários 6 alvos, no total. Uma carta que faça 2 está realizando um terço da progressão. Igualmente, a Chuva de Disparos
também merece um espaço, ainda mais pelo potencial de 3 alvos. Entretanto, ainda não foi encontrada uma lista forte de Ezreal com Águas de Sentina neste meta, então deixamos aqui para vocês a ideia.
“Olhe e aprenda!”
Neste tópico vamos abordar duas listas que consideramos boas atualmente: Ezreal Draven e Ezreal Swain
. Consideramos que as listas a seguir estão adequadas para o meta atual:

Ezreal Swain é um deck que se encaixa como controle, onde o objetivo é ir controlando a mesa até conseguir estabelecer um leviatã. O baralho é mais complicado do que parece, porque, como as compras de cartas são limitadas, é importante tentar tirar o maior proveito de cada uma delas. Um exemplo é o Choque de Statikk, que danifica duas unidades, e é importante planejar quais unidades se deseja deixar danificadas para finalizar com um Bando Voraz
posterior.
O Dia do Progresso! é uma carta essencial (por isso as 3 cópias), que ajuda a resolver esse problema de falta de recursos. O alto custo faz com que você precise procurar uma abertura para conseguir utilizá-lo, já que gastar toda a mana pode dar uma oportunidade ao oponente de fechar o jogo. Geralmente, nos turnos 6 ou 7 há uma oportunidade para o uso, pois os adversários têm dificuldade em terminar o jogo tão cedo. O baralho naturalmente acumula mana de feitiço, o que permite o uso da magia nessas rodadas.
O Ezreal, nesse deck, age como um suporte para o Swain, em que o campeão é usado para conseguir evoluir o swain com seu dano direto. Outra dica importante é que magias que causam dano direto no Nexus, como mão da morte e disparo místico, com o auxílio de um Ezreal evoluído na mesa, causam duas instâncias de dano, gerando dois atordoamentos pela habilidade do Swain. Com isso, o Ezreal se aproxima de um O Leviatã mais barato, ajudando o Swain a acertar diretamente o Nexus.

Diferentemente do anterior, o Ezreal Draven é um deck que se classifica como tempo. Assim, o objetivo é pressionar o oponente enquanto se tira pressão de si próprio, e a palavra-chave “ataque rápido” do Draven é excelente para isso. Esse baralho utiliza uma excessiva quantidade de cartas de custo 3, permitindo um bom uso do Improbulador Trivolt
. Não é incomum o uso dessa carta causando 6, 7 ou 8 de dano. Uma coisa importante de perceber é que o aumento de 7 para 8 de dano é muito relevante, já que as unidades de custo 8 são consideravelmente melhores que as de custo 7.
O Raio Termogênico tem um custo variável, e nisso pode ser utilizado como mais uma carta de custo 3, caso se tenha 3 de mana, para melhorar o Improbulador. Os feitiços em velocidade súbita podem ajustar o custo de mana do raio para 3 sem a habilidade de resposta do oponente. Outra dica importante sobre isso é que é possível colocar Improbulador com outros feitiços de custo 3 na pilha, como Terra Abrasada
ou Anime-se!
, e melhorá-lo enquanto o joga.
As cartas de descarte Remexida e Draga do Sumidouro
funcionam como uma compra nesse baralho ao descartarem os tokens criados. Desses tokens, a Revolução do Machado
é o mais relevante para o descarte, já que seu uso é bem caro. Manter as revoluções na mão, em geral, serve para desincentivar o seu oponente a bloquear o Draven e ameaçar desviar de Golpe Expurgante
elevando o ataque das unidades para acima de 3. Você não quer usar esse token, contudo, e a ideia final é descartá-lo após utilizar da ameaça. Não tente evoluir o Draven: é uma armadilha!
O Capitão Farron é o finalizador do baralho, oferecendo um total de 20 de dano ao ser jogado: 8 na forma de ataque mais 12 com os três Dizimar
. Os oponentes têm dificuldade de lidar com a presença dele ao mesmo tempo que tentam sobreviver à pressão do dano direto. A única coisa a se tomar cuidado é não estar sob risco de perder o jogo ao jogar o capitão, uma vez que ele não é de muita ajuda na defesa.
Lorenzo "Garretz" Corrêa
Anderson "Defenswar" Belusso
Ian "iannogueira" Nogueira
Gustavo "Flock" Gomes