Recapitulando as Finais do Mundial de Legends of Runeterra

O artigo "Recapitulando as Finais do Mundial de Legends of Runeterra" foi escrito por Gabriel "total" Santos

O Torneio Mundial de Legends of Runeterra foi palco dos melhores jogos que o competitivo do carteado poderia pedir. E vale a pena recapitular os melhores momentos finais do campeonato, pois grandes nomes foram forjados na emoção de cada uma das jogadas, e definitivamente o mundo pode conhecer este lado competitivo de runeterra que é formado por muita perseverança, nervos à flor da pele e jogadas incríveis. Vou dar para vocês um ponto de vista diferente de quem participou desse dia, mas do outro lado, atrás das câmeras. O que passa na cabeça dos casters, e todo o processo até finalmente declararmos o grande campeão mundial. Eu sou o total, comentarista oficial do mundial de Legends of Runeterra e este é o Recap das finais do Mundial.

Quatro grandes nomes provaram ser os grandes mártires dessas partidas incríveis, whatAmI o homem das jogadas bonitas e do sorriso cativante, AlanzQ o polonês criador de conteúdo que até então não estava se dando bem em torneios internacionais, Yamato o representante asiático que surpreendeu positivamente e também era o favorito dos torcedores brasileiros, e por último Szychu outro fortíssimo jogador da Polônia igualmente consistente e bastante perigoso.

Depois dos nossos representantes brasileiros serem eliminados, o início da fase eliminatórias das semifinais já começa muito fervoroso. Até então o americano WhatAmI estava fazendo a melhor campanha do mundial, ele saiu com três vitórias rápidas e sem muita enrolação vindo da fase de grupos, e já tinha garantido mais uma vitória avassaladora contra o asiático Odyssey, que era a grande zebra das semis. Todo mundo estava apostando todas as suas fichas nele. E com razão ele parecia ser o jogador mais confiante e melhor preparado e também com a line up mais consistente. Definitivamente os três melhores decks estavam compondo o arsenal do WhatAMI – Lulu Poppy, Draven Sion, Zoe Nami – ele parecia imparável. A primeira partida foi contra o Polônes AlanzQ.

Dentro do meu trio ninguém tinha um favorito, eu o Teta temos um carinho especial pelo WhatAmI por causa do sorriso dele, e por ele lembrar muito a gente daqueles filmes de comédia besteirol da sessão da tarde fora isso, era muito difícil de afirmar quem levaria a melhor. Mas o Alan tinha uma carta da manga que surpreendeu todo mundo no dia, a sua lista de Ezreal com Vi. Que ninguém viu ele jogar, todas as partidas foram transmitidas e em nenhuma os oponentes do Alan deixaram essa lista passar. O deck que mais trabalhou para ele nem chegou a descer de fato para ser jogado. Era uma carta na manga dele que precisava ser respeitada, era uma lista que lembrava muito a famosa “Rubin’s Pile” com muita remoção de piltover e um late game fortíssimo de targon. Targon que no meta do mundial era taxado por mim e pelos casters como a região mais fraca. O resto da line up do AlanzQ era um deck de board com Akshan e Sivir, uma lista recentemente nerfada mas que continua forte, e com uns toques especiais do jogador, quase como um toque do chefe se me permitem dizer. E ele fecha com a potência do Draven e Caitlyn, talvez a lista mais famosa dentre os jogadores do mundial, um deck que carrega um arquétipo que já foi muito dominante no brasil, quase como um favorito dos nossos guerreiros tupiniquins. E que com a adição de bandópolis a lista ficou bem mais dinâmica e com melhores recursos para dominar o oponente.

E sem muita enrolação por parte dos jogadores, não teve jeito para o americano, apenas precisava de um polonês muito motivado para derrotar a soberania do WhatAmI. Foi um dois a zero muito rápido entre os jogadores onde o Alan dominou do início ao fim e não deixou o WhatAMI nem ver a cor do cardback. Foi definido muito na partida de Akshan e Sivir onde aquele toque do chef que comentamos fez a grande diferença. O nome da carta é Brutamontes de Vekaura um drop 5 com estatus 5/5, muito parecido com o Guarda Termestre Avarosiano mas com uma proposta totalmente diferente, essa carta aparece muitas vezes na mão do jogador e garantiu para ele recurso o suficiente para driblar todo o dano explosivo da line up do americano. Essa vitória demonstrou que AlanzQ veio com sangue nos olhos e pronto para encarar qualquer coisa. Ele ganhou um boost na moral naquele momento. E ele precisava pois não seria fácil para ele pois vinha pedrada do outro lado.

De todos os comentários feitos pelos casters, pela comunidade de jogadores profissionais e o chat, uma afirmação em específico era unânime – a Ásia é a região mais fraca do mundial. Nosso contato com o meta asiático vem muito do que nos é apresentado dos torneios sazonais, e sempre aparece decks malucos que não são nada parecidos com o meta americano e o europeu. Era de se esperar que os representantes da Ásia trouxessem essas mesmas listas malucas para o mundial, mas não foi o caso. A Ásia trouxe o meta, e eles querem vencer. Já ficou claro desde cedo que nós subestimamos o potencial dos jogadores asiáticos, depois que o jogador Yamato voou rápido para o top oito todos já estavam torcendo para ele, depois que ele ganhou rapidamente de dois a zero contra o Aikado, um dos jogadores americanos cotados a ser finalista, aí as coisas começaram a tomar um rumo muito diferente do esperado. Yamato definitivamente era um jogador que começou o mundial sendo underdog e aos poucos foi se tornando o jogador a ser batido. Ele é muito sóbrio nas decisões e ao mesmo tempo frio, com um toque de criatividade fora da caixinha. Yamato era o favorito da gurizada. E depois que o outro semifinalista Szychu eliminou o nosso brasileiro Realkey e foi jogar contra o Yamato, o japonês foi o responsável por trazer a vingança ao povo brasileiro.

Coitado do Szychu o nome dele foi assassinado incontáveis vezes, na transmissão por todo mundo, e nesse artigo também pois o nome dele está no Ctrl + c, Ctrl + v. Mil desculpas Szychu. E definitivamente o dia do mundial não foi o dia do Szychu, pelo menos não aqui no Brasil, rapidamente o jogador virou o grande vilão depois de eliminar o Realkey. Ele também é polonês e já era um jogador conhecido da comunidade, sempre participando de torneios grandes e tendo bastante resultado. Mas na hora de enfrentar o samurai Yamato a genki dama Brasileira de alguma forma empurrou as cartas para o topo da lista do japonês e ele com o seu temido deck de Escuridão eliminou em uma série de dois a zero o jogador Szychu.

Era o momento da grande final, AlanzQ o polonês que tem mais horas de criação de conteúdo sobre o carteado, que joga diversos torneios e bate na trave incontáveis vezes, contra o samurai Yamato toda a torcida brasileira apoiando o jogador, nas próprias palavras do meu amigo Serket YAMATÔOOO era ovacionado mil vezes no chat. Um clima tenso, AlanzQ visivelmente nervoso na câmera, já Yamato preferiu não mostrar o rosto. E então começa os jogos mais emocionantes do mundial. É incrível como os deuses do RNG deixaram as melhores partidas para o final, e tivemos jogos que são dignos para definir quem iria ser o grande campeão do mundo.

Logo na primeira partida AlanzQ já enfrenta de cara o temido deck de Escuridão do Yamato. E o polonês perdeu grande parte do board para as remoções e teve que entregar duas vezes a sua Sivir e em questão de poucos minutos o japonês estava a apenas um passo de ser campeão do mundo. O deck de Escuridão foi o grande protagonista para o estrelato do Yamato, mas AlanzQ mesmo perdendo em uma partida bastante unilateral respirou fundo e foi para a segunda partida pronto para fazer história. Existe uma lista que vem meta, sai meta, vem carta, vem expansão, nerfs e buffs e ela nunca fica em desuso que é Gangplank Sejuani, a última lista do Yamato. Durante a transmissão deixamos claro que essa lista é perigosa e talvez uma das mais consistentes possíveis nas mãos dos jogadores.  O japonês só precisava vencer uma vez com ela para ser declarado o grande campeão do mundo.

O polonês AlanzQ tinha ainda que vencer de Akshan Sivir, e Caitlyn Draven. E ele abre com a lista de controle de noxus e dá um tempinho pra Sivir pensar um pouco lá no banco depois de uma partida que ela nem clicou. E logo de cara o jogo não parecia favorável para o Yamato, uma mão bem pesada que se resumia muito em tentar alguns roubos, e acelerar os campeões da lista. O que não era tão ruim assim pois Caitlyn Draven é uma lista lenta que dá certos espaços para o oponente planejar o jogo da forma como ele quer. E foi isso que o Yamato fez, botou pressão flipou seus campeões, posicionou um O Apavorador em campo e limpou a mesa do Alan. O polonês estava com 7 de vida com seu board, apenas um Bumbuíno solitário e um sonho. Do outro lado um O Apavorador já a dois turnos em campo, e mais dois atacantes. Até que na troca de turnos, no draw do japonês, a Caitlyn havia deixado um presente, presente esse que estava valendo uma bolada de dinheiro. Uma Bomba de Clarão acerta o O Apavorador e habilita a Terra Abrasada das mãos do Alan a eliminar a barca de ferro. Foi um momento inacreditável, nem mesmo a própria Bomba de Clarão acreditou. Um jogo ganho, uma partida nas mãos do japonês escorrega por água abaixo, Alan afunda o barco e com pouca vida em alguns turnos ele fecha a partida, empata a série, e vamos para o último jogo possível do mundial. A última partida foi triste para o Yamato foi um jogo onde o japonês claramente estava abalado desde que seu O Apavorador foi snipado, ele aposta em uma linha de play durante o mid game para resolver o board do AlanzQ, onde Três Irmãs era muito melhor trazendo Sepultamento, mas ele prefere a Fúria do Norte. E depois de uma série emocionante com muitas tomadas de decisão perfeitas, uma consistência sobre humana, e apostas claramente malucas, mas que faziam muito sentido. AlanzQ faz um lance de arremate. Uma dupla A Penitência num turno ofensivo, resolvendo o Gangplank do Yamato, depois disso o jogo segue sem o japonês voltar muito para o board, uma Sejuani aparece para ele tentar voltar para a partida, mas já era tarde demais. AlanzQ domina o board e com uma comemoração calorosa e muito emotiva, ele se desmancha em gritos e socos para o ar, Alan é o primeiro campeão do mundo de Legends of Runeterra.

Espero que tenham curtido esse artigo não se esqueçam de me seguirem nas redes sociais e ficarem ligados no meu trabalho como caster. Beijo no coração de vocês e vejo todos no próximo sazonal quem sabe dessa vez com um Brasileiro campeão. <3